sábado, 20 de março de 2010

Comidinhas I

Estou preparando um post um pouco historiográfico, o que obviamente toma tempo, e deixei sem atualizar. Juro que ainda tenho receitas, mas precisaria pensar bastante sobre o assunto - e a história!. Assim sendo, resolvi escrever sobre as comidinhas.
As comidinhas, no conceito lua, são aqueles petisquinhos peguicentos, rápidos, gostosos - e invariavelmente calóricos. Às vezes precisamos de comidinhas durante os tragos; no preparo do almoço; ou quando só tem arroz e qualquer-coisa na geladeira. O mais bacana é que, em geral, elas podem ser adaptadas de mil maneiras, com o que tem na geladeira.
Então, vamos a elas:

Bruschettas
Essa não é a receita original, mas eu garanto que é sucesso na certa.
- pão italiano (de preferência, fatias finas)
- manteiga
- alho em fatias muitíssimo finas
- tomate em cubos
-
ricota defumada ralada (ou parmesão - ou o queijo que estiver dando bobeira)
- folhas de
manjericão
- azeite
A montagem não tem mistério: um pouquinho de manteiga no pão, coloque os ingredientes na ordem acima. As quantidades dependem do gosto de cada um. Coloque-as no forno, por uns 5 ou 10 minutos (se você tiver usado um queijo amarelo, quando ele derreter estará no ponto). O azeite é só um fio, toque final.
É comidinha de pré-refeição, em geral. Segundo o Ygor, "mermão, como pão com tomate pode ser tão gostoso?"

Farofa de banana
Eu jurava que isso seria muito estranho. Mas é completa e absolutamente deliciosa.
- cebola
- bastante manteiga
- farinha de
fubá (ou de mandioca, se for o caso)
- bananas pratas - precisam estar maduras, mas firmes - cortadas em cubos
- pimenta rosa moída (que não arde)
Considerando que nem todos vocês tem avós mineiros, talvez a farinha de fubá não seja tão comum quanto eu imagino; mas é de uma simplicidade ímpar: é fubá torrado. Você pode usar uma frigideira ou outra panela de fundo largo para torrar. É preciso mexer sempre, e com rapidez, para que não queime. O ponto é quando a farinha estiver com uma cor entre o marrom claro e o dourado. Não deixe queimar nem um pouquinho, senão amarga. Assim que der o ponto, tire da panela. Feito isso, à farofa.
Frite a cebola na manteiga, até dourar. Acrescente a pimenta e as bananas. Mexa com cuidado para não fazer um purê. Coloque a farinha, que precisa envolver toda a banana, e ainda assim estar úmida de manteiga.
Imagino que, sem a cebola, vire qualquer-coisa interessante num prato doce. Se alguém tentar, me conta. A verdade é que essa farofa faz arroz-com-feijão parecer um banquete.

Guacamole
Combina com cerveja. Combina com mojito. Combina com doritos. Combina com ruffles. Combina com batata frita. É praticamente a comidinha coringa dos gorós.
- polpa do abacate
- tomate em
cubinhos bem pequenos
- cebola em
cubinhos bem pequenos
-
salsinha picada
- pimenta-do-reino
- sal
- suco de limão
- azeite
Não tem mistério. Junta tudo isso, cuidado com o sal e a pimenta: tempere bem, mas não demais. Partir pro abraço. (Quanto mais bêbados os amigos, mais deliciosas ficam as comidinhas.)

Quais são as suas cartas na manga?

sábado, 6 de março de 2010

"Eu tive sonhos com aquela sua torta".

Foi assim que a idéia do post surgiu. A nossa mais fiel leitora (quiçá a única) sonhou com a a minha torta de banana. Não comigo, não com um encontro, MAS COM A TORTA. Às vezes eu suspeito que o amor dela é muito relativo, mas tudo bem... Lulu, essa é pra você!

A história dessa receita é engraçada. Começa com uma massa que eu fiz errado, mas que deu mais certo que a original. E certa vez eu estava passando um agradável final de semana em família, quando (inacreditavelmente!) saiu uma daquelas discussões sem fim. Quando estou magoada, eu vou pra cozinha, isso vocês já sabem. E naquele dia, resolvi inventar uma receita.
A partir da minha massa-errada, pensei em fazer uma torta doce. Banana, a fruta preferida de todo mundo. Inventei um recheio em que a fruta não ressecasse, nem precisasse sumir no creme. A torta foi de improviso, mas foi total sucesso. Além de gostosa, ela fica MUITO bonita e é rápida.

Vamos à receita! (não se enganem - nem se acostumem - com as medidas exatas da massa, porque ela saiu de um livro.)

- 3 xícaras de farinha de trigo
- 1 xícara de manteiga
- 2 ovos
- 1 colher (chá) de fermento
- 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
- 1 xícara de açúcar

Aqui você pode usar um fouet, uma batedeira, uma colher de pau, ou a primeira coisa que lhe vier a cabeça, não faz muita diferença. Bata os ovos, inteiros com a manteiga, vá acrescentando aos poucos o açúcar, até que se forme um creme esbranquiçado e homogêneo. Farinha aos poucos e, se for preciso, enfie a mão na massa, literalmente (eu gosto muitíssimo de fazer a massa com as mãos, certo que isso não pode ser assim sempre, né, Chris?). O fermento e o bicarbonato vão por último, não misture demais. Abra a massa numa forma (as redondas são mais bonitas).

- bananas muito maduras cortadas de comprido
- 1 lata de creme de leite
- 1 lata de leite condensado
- 2 claras em neve
- 2 gemas batidas (com um garfo, fouet, enfim...)
- uma colherada de manteiga
- um tantinho de canela

Espalhe as gemas na massa com um pincel (ou genérico) e arrume as bananas na forma do jeito que achar mais estético. Numa panela, derreta a manteiga, coloque o leite condensado e misture até engrossar. Depois, coloque o creme de leite e não pare de mexer nunca para que a mistura não ferva (senão talha!) e dê ponto de brigadeiro (quando começa a 'descolar' do fundo). Desligue o fogo, acrescente a canela e as claras em neve. Agora você precisa mexer com agilidade e gentileza, para que as bolhas das claras não se desfaçam. Despeje por cima das bananas e leve ao forno médio (180ºC - 220ºC) até que fique dourado por cima.
Pode ser servida quente, com sorvete de creme, ou fria.

Recadinho para a Micha: se for o caso, as bananas podem ser substituídas por estrêlas-carâmbolas caramelizadas. (:

E a propósito, essa é uma daquelas receitas que renovam o humor.