domingo, 4 de julho de 2010

Risotinho delícia e a comida de geladeira.

Era uma vez eu, que gosto de comidas gostosinhas e Miojo é só quando dá saudade dos 15 anos. Mas, por mais problemas que isso me traga, não gosto de fazer compras. Não gosto de ir à feira. Mercadão é um sonho distante. E isso me leva ao fato de fazer muitas comidas de geladeira, o que consiste na sutil arte de fazer as coisas que estão na sua geladeira virar uma comida. E gostosa!
Foi assim que comecei a fazer risoto. Arroz, vinho e azeitona sempre teve em casa. O resto é melindre! Mas tudo mudou, depois que visitei o Robin des Bois. Um bistrozinho muito do gostoso - e nem tão caro - na Capote Valente.
Estava devendo um almoço pra um amigo, e resolvi que devíamos encher os córneos de vinho e crème brûlée, e que fosse num lugar bacana. E francês. E então comemos um risoto. Mas não era simplesmente um risoto. Era um sonho em forma de arroz e cogumelos. Qual não foi a minha surpresa que descobri que a minha comida de geladeira poderia virar AQUILO. E o mais legal é que dá pra variar infinitamente. Vamos lá.

- arroz arbóreo (mas que na falta dele pode ser arroz normal, parboilizado, integral... dá-se jeito);
- cogumelos (recomendo funghi chileno, champignon, shimeji e/ou shitake - você pode comprá-los desidratados, e que duram uma vida inteira nos confins do seu armário);
- cebola e alho picadinhos;
- manjericão e alecrim;
- parmesão ralado (o queijo é bem necessário... pode ser outro, desde que seja amarelo - para derreter - mas não com gosto muito forte, como o provolone e afins.)
- vinho branco (que combina mais. Mas pode ser tinto. NÃO PODE ser rum ou tequila)
- manteiga (de preferência, mas sabe como é.)
- sal, pimenta (-do-reino ou rosa, dependendo do quanto você gosta de ardência) e shoyo (ou molho inglês)
O risoto, além de poder ser alterado e continuar bacana, é chicoso e fácil de fazer. A primeira coisa é preparar os cogumelos. Se ele for desidratado, trate-o como as instruções indicam, que certamente ficará bom, mas acrescente shoyo à água no qual ficará de molho. Quando estiverem macios, pique-os em pedaços modestos, porém sinceros. Na manteiga, frite a cebola até dourar, acrescente a pimenta, e pouco sal (lembre-se que os cogumelos já estão um pouquinho salgados do shoyo).
Feito isso, parta para o arroz. Você já deve ter colocado a água pra ferver, certo? Não? Bem, faça isso agora. Para o risoto, use cerca do dobro de água que usaria para o arroz normal. Lembre-se que o risoto é "papa" por natureza. Na manteiga, frite o alho, até que fique dourado e crocante, acrescente o arroz, um quase-nada de sal (porque os cogumelos estão salgados e a receita ainda leva queijo), a pimenta, o alecrim e o manjericão. Coloque vinho até que molhe bem todo o arroz da panela, tampe, e, em fogo baixo, espere que o vinho evapore.
Acrescente uma parte da água, tampe e espere até que o arroz esteja um pouco cozido. É hora do queijo e dos cogumelos. Misture bem, acrescente o resto da água, e quando o arroz estiver totalmente cozido, ele deve ter uma "liga", estar grudadinho.
Você pode servir com vegetais verdes cozidos, folhas verdes cruas ou - até quem sabe - com uma carne. Salpique queijo ralado, jogue um fio de azeite e decore com uma folhinha de manjericão. Voilà.

Comida de geladeira que é, essa é a versão pouco comum do risoto. Em geral eu uso azeitonas pretas e champignon, que é coisa que sempre tem na geladeira. Dá pra fazer com tomate (ou tomate seco, que é uma das coisas que dá pra fazer em casa), legumes picadinhos, enfim. Qualquer coisa pode virar um risoto. Basta ter criatividade (e fome, né, que é o melhor tempero).






A quem lê, desculpaí a ausência, mas andava sem cozinhar... mas agora estou de volta e com mil ideias gostosinhas. Beijo.